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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

DO LIMÃO A LIMONADA


Nada mais azedo e por vezes mais amargo que um limão, mas quando o pegamos e adicionamos a quantidade certa de água, açucar e gelo conseguimos transformá-lo numa saborosa e refrescante limonada. O período de cria de 2009 foi excelente para mim, com apenas 8 fêmeas e 5 machos, tirei exatos 37 filhotes de gloster, é verdade que em termos de quantidade poderia até ter ter sido melhor, porem me dei por satisfeito, pois quando no ano seguinte com esses 37 filhotes consegui expor 35 e ter 31 destes classificados no clube, sendo 9 campeões e classificando ainda 17 dos mesmos para disputar o nordestão, onde também acabei me saindo muito bem, conquistando inclusive o título de canário de porte best in show do torneio, imaginei que 2010 seria o ano da minha criação. Junto a isso soma-se os investimentos que fiz em novas aves de criadores renomados ampliando meu plantel para 20 casais da raça, tudo ia maravilhosamente bem com expectativa excelente, os casais foram cuidadosamente estudados e agora bastava esperar a época certa para acasalar e ver os resultados práticos.
Chega a tão esperada época de cria e ai começa a surgir o tal limão dessa história, a maioria de minhas fêmeas estavam prontas já em maio enquanto que os machos todos sem excessão frios e em muda, não se ouvia no canaril um canto de canário, aqui no nordeste a época ideal para acasalarmos ocorre geralmente no mês de julho, nessa época, meus machos estavam começando a engrenar alguns já bem prontos, mas para minha surpresa todas as minhas fêmeas haviam entrado em muda braba, os dias, as semanas foram passando, e a muda delas continuando, resultado, só consegui juntar meus casais no final de agosto pro meio de setembro e mesmo assim a maioria deles não estavam 100%, em alguns as femeas não se encontravam em ordem, em outros os machos, entramos em outubro e enquanto vários criadores já começavam a encher suas voadeiras eu estava entrando na primeira rodada de ovos de alguns de meus casais, falo alguns porque outros nem ovos tinham, o resultado é dos meus 20 casais formados menos da metade chegou a se aninhar e por, desses alguns não criaram direito, outros os machos não encheram significativamente e o resultado da criação do ano foi catastrófica pouco mais de 20 filhotes com 20 casais…media absurda…desmotivação e pensamentos tortos de parar de criar. Ai no meio disso tudo resolvi desencanar, dei o ano de cria como perdido e passei a planejar a criação para 2011, quando fiz isso consegui me acalmar e olhar melhor para os canários e assim passei a transformar o limão em limonada, porque consegui aprender com o fracasso, passei a observar o que estava dando errado, e consegui realmente conhecer melhor o gloster, como ele age, sua qualidades, suas falhas, o que nós criadores podemos compensar para realmente melhorar produtividade das aves e a partir daí evoluír como criador, abaixo repasso a vocês algumas conclusões que tirei do meu fracasso, claro que ninguém deve levar ao pé da letra, pois não é um estudo científico e nem detalhado, são apenas observações de um ano dentro de apenas um canáril, mas creio possam sem dúvida servir de balisamento para os criadores melhorarem sua criação.
01.  O gloster é uma ave muito dócil e mesmo sendo uma raça de porte pequena e que aparenta bastante vivacidade ele ainda é bem mais calmo e preguiçoso que o canário de cor, por ser assim, alguns cuidados podemos tomar na época de cria, como por exemplo deixar a canária sozinha para criar os filhotes, observei que sem o macho, elas ficam mais atentas e mais cuidadosas, com o macho na gaiola a mesma fica dependente do mesmo, e ainda mais preguiçosa até mesmo para se alimentar, o que a faz sair pouco do ninho e consequetemente alimentar pouco os filhotes, fazendo eles definharem e não se desenvolverem a contento, já sem o macho, elas saem mais do ninho para se alimentar e toda vida que voltam os filhotes praticamente a obrigam a dar-lhes comida.
02.  A canária gloster não é boa criadeira (pra mim isso é um fato), por melhor que pareça boa mãe, ela não dá conta de sua ninhada sozinha, então o uso da papinha é fundamental, principalmente até o dia do anilhamento do filhote, a partir daí eles ficam mais fortes e passam a exigir comida, mesmo assim aconselho continuar com a papinha até eles sairem do ninho.
03.  As canárias gloster adoram ninho, e também adoram pôr ovos, quando elas estão prontas, e você as põe junto ao macho por muitas vezes elas correm para o ninho o fazem e põe sem nem dar ao macho a oportunidade de conquistá-las e claro copula-las, por isso geralmente a primeira leva de ovos dos gloster são claros, a partir da segunda leva é que começa realmente a encher os ovos pois ela está mais acostumada com o macho e este com a femea.
04.   Existe 5 fases criticas para a sobrevivência dos filhotes de gloster, e temos que estar atentos a elas se quisermos conquistar o sucesso desejado. O primeiro dia é fundamental, você tem que observar se a canária é jeitosa, se ela sai do ninho, se quando volta tem cuidado com os filhotes, e se esta alimentado-os, caso isso não ocorra passe os filhotinhos para outra canária imediatamente, a segunda fase é que vai até o dia do anilhamento, que é basicamente os 5 dias a 1 semana período o qual você está alimentando os filhotes, se eles chegarem fortes e bem desenvolvidos até o anilhamento estes terão 50% de chances de sobreviverem, a Terceira fase crítica é após o anilhamento, pois algumas canárias incistem em tirar os anéis e acabam derrubando ou jogando os filhotes para fora do ninho, é interessante vistoriar o fundo das gaiolas pelo menos 3 vezes ao dia, pois caso algum filhote caia deverá ser posto imediatamente no ninho para que possa ter chance de sobreviver, a quarta fase crítica é quando eles saem do ninho, principalmente quando a ninhada é mais numerosa, pois como eles ficam dispersos pela gaiola e não mais concentrados dentro do ninho, a canária nem sempre consegue sair atras de cada um para alimenta-los, eles que tem que ir até ela e pedir comida, as vezes um filhote mais novo ou mais fraco ou mesmo mais bobo não consegue ir e acaba definhando, fique atento e tente compessar alimentando esse filhote, um dia sem comer direito é a morte para um filhote mesmo que ele esteja sadio. A quinta e última fase crítica é quando os mesmo completam 1 mês de vida e temos que separa-los da mãe, pois tanto ela já deverá está em choco projetando uma nova ninhada, quanto os mesmos precisam ter vida própria, certifique-se que os mesmos já se alimentam sozinhos antes de separar eles completamente, caso um ou outro ainda não esteja se alimentando sozinho, deixe ele com a mãe mais alguns dias e observe seu desenvolvimento.
 

Um comentário:

  1. Oi Parabens pela postagem gostei muito,isso mesmo nao desanime .Faça sempre do limao a limonada.
    Sou um aspirante a criador de canarios e tambem passo pelo dilema mudei para apartamento ai to passando pelo dilema de criar ou nao
    Mas vou tentar transformar isso em limonada ou uma caipirinha

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