Dizem
por ai que a politica é dinâmica, pode até ser, mas a canaricultura é tão
quanto ou até mais. Nos últimos 10 anos temos presenciado uma evolução
assustadora da canaricultura de cor e porte não só no Brasil, como
principalmente em todo mundo. Padrões de raças e cores vem evoluído com um
velocidade assustadora, ao mesmo tempo tem surgido novas mutações e raças
aprovadas pela COM, o nosso Urucum assim como o Girardillo Seviliano são provas
desse recente e mutante processo que vive a canaricultura.
Com tantas
evoluções nos cabe analisar e questionar algumas antigas regras da
canaricultura que até hoje alguns criadores ainda veem como uma espécie de beabá.
Essas regras de outrora dizem respeito principalmente as técnicas de
acasalamentos de cores e raças, e é ai que entra as principais interrogações, será
que aquilo que no passado aprendemos ainda deve ser usado? Ou será que as
técnicas de acasalamentos seguindo a esteira da evolução das cores e raças
também deve ser atualizada? Será que os cruzamentos entre Intensos e Nevados
são os ideais? Será que ainda vale a afirmação de que nunca se deve cruzar dois
brancos dominantes ou mesmo dois intensos? Devemos realmente sempre cruzar uma
ave mutante com uma portadora? E dois canários de topetes realmente não podem
ser cruzados? Qual o caminho mais certo a se seguir nos dias de hoje?
Para
mim, não resta a menor dúvida, esses velhos conceitos devem e já estão sim,
sendo repensados. Analisemos por exemplo, a questão do cruzamento de brancos
dominantes entre si, assim como dois canários intensos, antigamente se dizia
que se fizéssemos tais cruzamentos ocasionaria o chamado fator letal, matando
25% da prole e em alguns casos levando a morte do embrião no próprio ovo. Hoje
percebemos que ambos os casos estavam errados, percebe-se principalmente nos
canários de porte que vários criadores se ultilizam desses cruzamentos, o que é
plenamente justificado, pois a maioria das raças de porte não tem a cor de fundo
branco recessivo, e mesmo assim tendo apenas o fundo branco dominante, o que
mais se ver é acasalamentos de dois exemplares de fundo branco, e a quantidade
de filhotes provenientes desses acasalamentos são iguais aos dos acasalamentos
ditos “tradicionais” o que prova que tal afirmação não passa de uma lenda ou
tabu, o mesmo fato percebe-se nos cruzamentos de intenso x intenso, nesse caso
ainda mais usado visto que em algumas raças nem o exemplar nevado existe.
É
importante olharmos hoje para nossas aves com um olhar mais critico e
criterioso, pois principalmente se criamos canários de porte, o fato de ser
intenso ou nevado pouco importa, porque na verdade um canário pode ser ao mesmo
tempo intenso e nevado, como? Explico melhor, quando falamos de intenso imaginamos
uma ave de cor viva, e penas bem enxutas e curtas, porém nem todos intensos tem
essa característica, existem aves que tem coloração de intenso, porém plumagem
de nevado, uma plumagem mais volumosa com penas maiores, essas aves são chamadas
de aves de pena longa, e que pra mim são Intensos de cor porém nevado de plumagem,
isso também acontece com as aves ditas nevadas, encontramos aves nevadas de
cor, porem com plumagem firme e compacta característica de aves intensas, e é
ai que a velha máxima é derrubada, como existem dois tipos de intensos e dois
tipos de nevados, quando cruzamos um intenso x nevado podemos ter a certeza que
estamos fazendo um acasalamento certo? Se cruzarmos um intenso de pena curta
com um nevado de pena longa sim, porém se cruzarmos um intenso com pena longa
com um nevado de pena longa vamos ter aves com excesso de plumagem provando que
o acasalamento feito não foi o ideal. E se cruzarmos um intenso pena curta com
um intenso pena longa estamos fazendo um acasalamento errado? Claro que não,
assim como se cruzarmos dois nevados de boa coloração e penas curtas. O que
queremos dizer é que hoje se você deseja evoluir como criador e melhorar o seu
plantel, não basta fechar os olhos e seguir as antigas regras, se agir dessa
maneira você poderá irá por água a baixo todo o seu plantel, o caminho mais
comodo e curto as vezes nos leva a estagnação, pensem nisso.