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quarta-feira, 27 de agosto de 2014

O que meus canários prometem para 2014?


Chegamos ao inicio de mais uma temporada de cria. Sempre esperançosos de conseguirmos um bom número de filhotes com excelente qualidade, todo ano a conversa é mais ou menos a mesma, falamos que vamos diminuir a quantidade de casais, e quando olhamos ta faltando gaiola. Um ponto a ser lembrado é que cada ano é unico e diferente do outro, portanto amigo criador, criar bem em um ano, não é garantia nenhuma de criar bem no ano seguinte, assim como o contrario também é verdadeiro, se no ano anterior a criação não saiu a mil maravilhas, não quer dizer que no proximo ano também venha a ser da mesma forma.

Ano passado o Canaril Revoredo voltou todas as suas forças para a raça fife fancy, foi o nosso primeiro ano sem criar os gloster e foi realmente um ano a se comemorar. Fizemos 20 casais, dos quais 17 chegaram a criar, atingimos o numero de 155 aves anilhadas, não ultrapassamos esse numero, por falta de espaço para por a filhotada antes do meio de dezembro já nos encontravamos com os casais desfeitos. Competimos pela UNO, onde nos sagramos bi-campeões da série fife fancy e fomos segundo lugar geral de porte por apenas 5 pontos, fomos ao nordestao sem levar nenhum quarteto para competir e conseguimos sair de la, campeões da serie fife fancy. Resumo, ano maravilhoso.

Esse ano diferentemente de 2013 não começou muito agradável para o nosso canaril, perdemos algumas excelentes aves com uma doença cronica e misteriosa que afetou os pes de minhas aves, foram pelo menos umas 20 aves selecionadas para cria que perdi, a sorte é que tinha separado uma quantidade bem maior do que eu realmente iria usar e no fim consegui estabilizar a doença e manter mais ou menos o número pretendido de casais, porem a luta contra a doença acabou atrasando o incio da criação, que somente agora começa a me animar e reestimular novamente.

Para esse ano de 2014 resolvemos testar algumas raças novas, claro sem perder o foco principal nos fifes, que somam 70% dos nossos casais, mas resolvemos montar alguns casais de fiorino, raça espanhola, lanca e lizard, desses até agora somente os lizards ainda não puseram nada, mas estão com ninho feito e espero até o fim da semana ja ter ovo deles. Essa semana deu uma aquecida em ovos e também começou a "pingar" mais filhotes vamos ver como chegamos ao final desse ciclo, esse ano como comecei mais tarde espero criar até final de janeiro, vamos ver os que os canarios acham dessa decisão.








 

sexta-feira, 14 de março de 2014

FIFE FANCY. COMO PREPARA-LOS PARA OS CONCURSOS.




Antes de mais nada queria deixar registrado que esse artigo se deve ao pedido que alguns amigos criadores me fizeram para descrever como se deve preparar um Fife para um concurso, pedido feito, repetido e insistido principalmente pelo amigo Gustavo Dias de Itatiba.
Outra coisa que queria deixar registrado é que não sou nenhum experiente criador da raça para concurso, logo acho que outros amigos tais como o Ricardo Jorge, o Saulo Sousa e Vagner Martin, poderiam falar de forma mais embasada sobre esse assunto, porem não costumo fugir dos desafios, e como sou um curioso e um observador da raça busco entender cada vez mais a raça e também através de conversas com criadores mais experientes tento pinçar técnicas de como ser mais eficiente como criador e como competidor e não me nego de maneira nenhuma a passar o que aprendo para aqueles que assim como eu, desejam aprender mais e mais sobre o maravilhoso mundo dos canários de porte, principalmente sobre os Fife Fancys.
O criador que consegue obter bons resultados em concurso além de investir na compra de boas matrizes, além de precisar entender as técnicas de acasalamento, além de ser cuidadoso e zeloso no manejo diário de suas aves, precisa aprender a preparar suas aves para os concursos, nenhum desses itens isoladamente fara o criador obter sucesso, mas somente uma harmonia na implantação de todos eles é que possibilitara o criador vir a se tornar um campeão nos concursos.
Temos que ter em mente que qualquer concurso de ave, é igual a qualquer concurso de beleza, portanto, a ave tem que está impecavelmente bela, portanto por mais que a ave tenha essa beleza intrínseca na sua genética, nós criadores podemos dar uma mãozinha para que elas fiquem ainda melhores, claro que tudo de forma legal, sem usar de subterfúgios ilegais que venham a mascarar alguma imperfeição da ave e sim ressaltar suas qualidades dentro do que é permitido nos julgamentos.
Outro ponto importante de ser falado, é no que se refere ao conhecimento apurado do criador sobre a raça que cria, pois ele só poderá vir a destacar as qualidades de sua ave, se o mesmo souber valorizar o que precisa ser valorizado e para isso o conhecimento sobre o padrão da raça, sobre as rubricas exigidas no manual de julgamento é mais que fundamental.
No que diz respeito aos Fifes vário pontos devemos ser rigorosos, por isso vamos topificar e descrever um a um.

IDIVIDUALIZAÇÃO – Seja qual for a raça ou cor que você crie, um dos maiores cuidados que o criador deve ter é o de perceber o mais cedo possível os potenciais canários que podem vir a disputar concurso e os individualiza-los o mais rápido possível, isso diminui bastante a possibilidade de que a ave venha a perder penas importantes, evita que ela brigue e se machuque desnecessariamente, contribui para que ela se alimente melhor e mais ainda, serve como treinamento para ave se acostumar a se portar de forma mais dócil na gaiola menor, possibilitando assim que a mesma possa mostrar na mesa de julgamento todo seu potencial, se apresentando na sua melhor forma, com posição correta, se sentindo a vontade na hora do julgamento. No caso dos Fifes há ainda um agravante, como os Fifes são aves sexualmente bem prematuras, atingem seu amadurecimento sexual bem cedo, estas começam a se debicar no intuito de puxarem penas das outras aves para se aninhar.

TAMANHO – Um dos pontos mais importantes do julgamento dos Fifes é o seu tamanho, nesse quesito uma coisa que deve ser observada pelo criador é que muito provavelmente este deva optar por selecionar para concursos apenas fêmeas, pois inevitavelmente elas terão não só o tamanho menor, como também terão cabeças menores se aproximando mais do padrão ideal da raça, bem como os machos na época dos concursos estão fogosos, dentro do cio e isso faz com eles afinem perdendo a forma ideal arredondada principalmente se na hora de irem a mesa tiver do seu lado uma femea. Outro ponto que a ajuda a dar uma reduzida no tamanho é caso a ave esteja com todas as penas do seu rabo completa, o criador pode retirar as 2 penas maiores que ficam nas extremidades do rabo, tirando uma de cada lado, isso reduz de meio a 1 cm no tamanho percebido da ave. É importante lembrar que ave tem 12 penas no rabo, e precisa estar com no mínimo 8 penas completas na mesa, portanto antes de fazer esse procedimento é importante saber se quando você tirar as 2 penas a ave continuara com o mínimo de pena exigida na cauda, outro dica é fazer isso instantes antes de colocar a ave na gaiola de concurso para evitar que a mesma venha a perder mais alguma pena.

PÉS – Outro ponto que exige muito cuidado do criador é no que diz respeito ao cuidado com os pés das aves, por incrível que isso possa parecer, esse ponto talvez seja o que mais impossibilita boas aves de virem a competir num concurso, pois a perda de uma unha, uma inflamação no dedo, um fungo ou mesmo uma unha mal cortada ou quebrada faz com que a ave seja imediatamente desclassificada. Por isso alguns cuidados podem e devem serem tomados, como individualizar o mais cedo possível a ave, dar banhos constantes na mesma, sempre estar observando os pés das aves, ao primeiro sinal de inflamação tratar, sempre manter as unhas cortadas isso evita que a mesma as enganche na gaiola e venha perder ou quebra-las, um mês antes dos concursos fazer uma lavagem nos pés das aves com vinagre de maçã e uma leve esfoliação com óleo de coco.

FORMA – O padrão da raça Fife Fancy exige uma forma arredondada vista de todos os ângulos, logico que essa forma deve ser conseguida através da qualidade genética das aves, porem o criador pode vir a dar uma mãozinha para melhorar ainda mais seus pássaros, uma é como falamos anteriormente evitar de enviar para competir em concursos aves do sexo masculino pois estas tendem a ficarem bastante fogosas e isso os faz afinar o corpo, a outra é deixar as aves que vão competir em confino, separadas e com bastante alimentação afim de que as mesmas fiquem bem gordinhas, porém tem que se ter cuidado para a mesma não engordar muito e ficar com a forma passada, para isso o conhecimento do padrão da raça e olho do criador é fundamental para analisar a estética da ave e controlar a sua dieta, uma boa forma de fazer a ave engordar mais facilmente é fornecer em comedouro separado aveia um mes antes dos concursos.

PLUMAGEM – A plumagem de uma ave que pretende vir a ser campeã deve está impecável, em si tratando de Fife as vezes uma pontuação um pouco maior ou mesmo a colocação da ave no resultado final é definido nos mínimos detalhes, portanto uma plumagem limpa e brilhante, sem pena fora do lugar ajudar muito nisso, o acerto nos acasalamentos é fundamental para se chegar nesse padrão desejado, mas cuidados e bastante banho perto do período dos concursos ajudam muito, a individualização o mais cedo possível ajuda muito, bem como o uso de algumas gostas de vinagre de maçã nos banhos das aves garantem uma plumagem limpa, brilhosa e bem aderente.

RABO –  O rabo no Fife deve ser curtinho e fininho, em forma de piteira, rabos abertos nessa raça são bastante penalizáveis, um dia para arrumar rabos que estão abertos, é ferver água e mergulhar o rabo da ave na mesma, bastante cuidado para não queimar a ave, logo após mergulhado com a ajuda de uma escovinha de dentes macia, apoia o rabo em uma superfície plana e escova o mesmo direcionando as penas na posição correta.

POSIÇÃO – A posição também é importante item que deve se ter atenção, e também como todos os outros muito se deve a própria genética da ave, porém e novamente uma individualização precoce da ave e um cuidado com a posição correta dos poleiros podem minimizar vícios errados de posição, nunca se deve colocar os poleiros alto demais na gaiola, o fife tem que ficar alto de forma elegante nunca abaixado.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Entendendo a lei do acasalamento por compensação

Muita gente fala e comenta que a melhor forma de evoluir com um plantel é utilizar na hora de montar os casais a teoria da compensação. Essa teoria consiste em suprir uma falha fenotípica de um dos pares, para isso usamos um outro par que possua em seu fenotípico perfeição no mesmo item que seu par tem falha, com isso tentasse balacear o fenotípico dos filhotes no item trabalhado.
O danado dessa lei, teoria ou técnica, é que todo mundo parece entende-la na teoria, mas na hora de pô-la em pratica, surgem diversas dúvidas levando o criador a vários erros na montagem de seus casais.
Como nossa praia é a canaricultura de porte, deixemos que outro amigo mais entendido discorra sobre o acasalamento por compensação voltado para os canários de cor, vamos nos concentrar em aves de porte, e para isso, usaremos como exercício dois casais de gloster para que vocês possam entender melhor como funciona essa pratica.
Abaixo vocês podem ver as quatros aves que farão parte desse nosso excercício


Analisemos as aves da foto, primeiro temos que saber qual o sexo delas para podermos montar da melhor maneira os dois casais, outro ponto legal na hora de formarmos os casais é pensarmos nas possibilidades de cores que queremos ou podemos tirar.


A ave A é uma fêmea melanica nevada com topete, analisando ela pela foto, percebemos que apesar de ser um bom exemplar falta nela um pouco de acabamento embaixo e também vemos a necessidade de mais volume de penas e topete também, os pontos positivos dessa femea, são o tamanho e largura da cabeça e pescoço, além é claro de uma plumagem firme e bem ascentada.

A ave B tamém é uma femea com topete, so que fundo branca pintada, essa canaria parece melhor que a outra pois é uma ave mais harmonica com mais volume e também um excelente tamanho e plumagem.


A ave C é um macho consort pintado nevado, possui bom volume e cabeça boa, tem sobrancelhas excepcionais uma caracteristica maravilhosa para se tirar boas aves com topete

A ave D é também um macho consort nevado, só que esse por sua vez é um melanico e canela, também possui cabeça e forma maravilhosa, excelentes sobrancelhas, maravilhoso volume e acabamento final, ponto negativo dessa ave, de todas as 4 aves é a que possue um pouco de destaque no pescoço, pouco é verdade, mas possue.

Para formarmos 2 casais a partir dessas 4 aves tendo em vista a teoria da compensação, o primeiro ponto é imaginarmos também o foco que queremos dar no que se refere a coloração da prole, nesse caso por exemplo além de formarmos os casais com o intuito de se compensar falhas, podemos formar os pares pensando em tirar determinadas cores. Por exemplo.


Se formarmos por exemplo o casal C com o B, além de compensarmos estaremos também definindo um caminho claro que queremos seguir com relação as cores dos futuros filhotes, como se trata de um fundo amarelo nevado pintado (e pouco pintado) e um fundo branco também pouco pintado, esse acasalamento poderá gerar filhotes, melanicos, pintados e lipocromicos, e provavelmente mais pintados claros e lipocromicos, tanto fundos amarelos nevados como também fundos brancos. Já com relação a compensação observemos o seguinte, o macho apesar de ser uma ave maravilhosa, mostra-se com um tamanho ja puxado pra uma ave maior, ja a femea percebemos que é uma ave bastante miúda, moral da historia quando juntamos as duas a ideia é que uma compense a outra, essa é a lógica da teoria de casal por compensação. Outra caracteristica que se tenta compensar nesse acasalamento que podemos vir a observar é que a cabeça da femea poderia vir a ser um tanto quanto maior e com isso mostrar um topete mais farto de penas, como o macho consorte possue uma boa cabeça e uma maravilhosa plumagem nas sobrancelhas, o que é ideal para fazer filhotes com topetes mais cheios.


O outro casal que podemos formar seguindo a teoria, é com a ave D e A, já com esse casal priorizamos tirar aves melanicas nevadas, a ideia compensatória com esse acasalamento, é principalmente no volume de caixa o macho compensando a femea, e diminuição no comprimento do pescoço, nesse caso quem compensa o macho é a femea, o macho também pelo volume de sobrancelha e cabeça compensa a femea, aumentando o volume de seu topete.

Espero que com esses dois exemplos fique mais claro a teoria compensatória de formação de casais, pratica que realizada com observação e cuidado fará com que seu plantel evolua com qualidade real.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Esqueça tudo que te ensinaram sobre acasalamentos e quebre tabus


Dizem por ai que a politica é dinâmica, pode até ser, mas a canaricultura é tão quanto ou até mais. Nos últimos 10 anos temos presenciado uma evolução assustadora da canaricultura de cor e porte não só no Brasil, como principalmente em todo mundo. Padrões de raças e cores vem evoluído com um velocidade assustadora, ao mesmo tempo tem surgido novas mutações e raças aprovadas pela COM, o nosso Urucum assim como o Girardillo Seviliano são provas desse recente e mutante processo que vive a canaricultura.
Com tantas evoluções nos cabe analisar e questionar algumas antigas regras da canaricultura que até hoje alguns criadores ainda veem como uma espécie de beabá. Essas regras de outrora dizem respeito principalmente as técnicas de acasalamentos de cores e raças, e é ai que entra as principais interrogações, será que aquilo que no passado aprendemos ainda deve ser usado? Ou será que as técnicas de acasalamentos seguindo a esteira da evolução das cores e raças também deve ser atualizada? Será que os cruzamentos entre Intensos e Nevados são os ideais? Será que ainda vale a afirmação de que nunca se deve cruzar dois brancos dominantes ou mesmo dois intensos? Devemos realmente sempre cruzar uma ave mutante com uma portadora? E dois canários de topetes realmente não podem ser cruzados? Qual o caminho mais certo a se seguir nos dias de hoje?
Para mim, não resta a menor dúvida, esses velhos conceitos devem e já estão sim, sendo repensados. Analisemos por exemplo, a questão do cruzamento de brancos dominantes entre si, assim como dois canários intensos, antigamente se dizia que se fizéssemos tais cruzamentos ocasionaria o chamado fator letal, matando 25% da prole e em alguns casos levando a morte do embrião no próprio ovo. Hoje percebemos que ambos os casos estavam errados, percebe-se principalmente nos canários de porte que vários criadores se ultilizam desses cruzamentos, o que é plenamente justificado, pois a maioria das raças de porte não tem a cor de fundo branco recessivo, e mesmo assim tendo apenas o fundo branco dominante, o que mais se ver é acasalamentos de dois exemplares de fundo branco, e a quantidade de filhotes provenientes desses acasalamentos são iguais aos dos acasalamentos ditos “tradicionais” o que prova que tal afirmação não passa de uma lenda ou tabu, o mesmo fato percebe-se nos cruzamentos de intenso x intenso, nesse caso ainda mais usado visto que em algumas raças nem o exemplar nevado existe.
É importante olharmos hoje para nossas aves com um olhar mais critico e criterioso, pois principalmente se criamos canários de porte, o fato de ser intenso ou nevado pouco importa, porque na verdade um canário pode ser ao mesmo tempo intenso e nevado, como? Explico melhor, quando falamos de intenso imaginamos uma ave de cor viva, e penas bem enxutas e curtas, porém nem todos intensos tem essa característica, existem aves que tem coloração de intenso, porém plumagem de nevado, uma plumagem mais volumosa com penas maiores, essas aves são chamadas de aves de pena longa, e que pra mim são Intensos de cor porém nevado de plumagem, isso também acontece com as aves ditas nevadas, encontramos aves nevadas de cor, porem com plumagem firme e compacta característica de aves intensas, e é ai que a velha máxima é derrubada, como existem dois tipos de intensos e dois tipos de nevados, quando cruzamos um intenso x nevado podemos ter a certeza que estamos fazendo um acasalamento certo? Se cruzarmos um intenso de pena curta com um nevado de pena longa sim, porém se cruzarmos um intenso com pena longa com um nevado de pena longa vamos ter aves com excesso de plumagem provando que o acasalamento feito não foi o ideal. E se cruzarmos um intenso pena curta com um intenso pena longa estamos fazendo um acasalamento errado? Claro que não, assim como se cruzarmos dois nevados de boa coloração e penas curtas. O que queremos dizer é que hoje se você deseja evoluir como criador e melhorar o seu plantel, não basta fechar os olhos e seguir as antigas regras, se agir dessa maneira você poderá irá por água a baixo todo o seu plantel, o caminho mais comodo e curto as vezes nos leva a estagnação, pensem nisso.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Campeão, criador e cantador


Antes de começarem realmente a ler esse artigo sugiro que dêem um bom desconto na minha narrativa, pois ela nada mais é que um olhar de um criador que a cada dia que passa mais se apaixona pela raça que cria.
Peço para darem esse desconto por que, nós, seres humanos quando nos encontramos apaixonados por algo, temos o incrível poder de olharmos de forma única e diferenciada para o objeto de tal paixão, no meu caso em questão esse objeto são os canários Fife Fancy.
Brincadeiras a parte, nos meus mais de 20 anos como criador de canários de cor e porte, nunca me deparei com uma cor ou raça tão generosa para um criador quanto os pequenos Fifes, já não bastassem serem bichos encantadores pelo próprio padrão de sua raça, aves minúsculas, redondas e ativas, os fifes possuem 3 outras qualidades que posso atestar fazem dessa raça uma raça abençoada e privilegiada.

 
É campeão

Tenho percebido que nos fifes a formação de um plantel de qualidade acontece de forma mais rápida que em outras raças, posso está falando uma grande besteira, não sou dono da razão e tudo que falo é baseado em observações minhas como criador, mas o fato é que diferente de outras raças o bom fife fancy (esteriotipo) gera ou produz bons filhotes, resumindo o esteriotipo andam mais próximos dos genetotipos nessa raça e ao meu ver existe uma explicação lógica pra isso, diferente dos gloster por exemplo, que aqui no Brasil e também pelo mundo passaram por diversos cruzamentos entre raças diferentes tentando melhorar uma ou mais características, a impressão que temos é que com os fifes isso não aconteceu ou aconteceu infinitamente de forma menor, acabando que os fifes são uma raça com grau de pureza muito superior a várias outras e isso tem facilitado sua evolução genética e consequentemente facilita a um exemplar dessa raça passar bons genes adiante.

É criador

Não é novidade no meio dos criadores de canários a tal afirmação: Fife cria igual a rato! Bom nunca criei rato graças a deus, mas que fife cria muito e bem criam sim, em dois anos criando a raça obtive em minhas mãos mais ou menos 26 canarias que aprontaram e chegaram a reproduzir e 100% delas criaram e criaram bem, nesse mesmo período tive uns 18 machos reproduzindo e desses até agora só um não encheu ovo, testado com duas canarias e ainda testarei ele com uma terceira femea. Portanto se alguém espera criar uma raça que tenha bons índices reprodutivos aconselho fife, se alguém pretende criar uma raça que não tenha bons índices reprodutivos...também aconselho fife, só pra babá, tenho certeza que não encontrará em outra raça ou cor babás tão cuidadosas quanto os fifes.

É cantador

Nós que criamos canários com o intuito de reprodução e ou concursos as vezes não levamos muito em conta um público comprador de nossas aves que são pequenos criadores que criam com a finalidade de ter bons canários cantores, esses criadores não estão preocupados com a cor ou raça da ave, mas sim, com a qualidade e quantidade do canto da ave. Quando criava canários de cor e depois quando parei e passei a criar gloster, sempre um ou outro criador desses me perguntava, tal cor ou os gloster cantam bem? E eu sempre tinha uma resposta pronta na ponta da língua, foi canário belga, foi macho e está no cio, canta e canta bem. Hoje sei que eu estava errado e quero agora em público me corrigir. O canto nos canários está sem dúvida ligado a sua libido, ou como popularmente falamos, seu fogo, e como existem raças mais sóbrias, mais tranquilas, mais paradas como é o caso dos Gloster, dos Norwiches e dos Crest e existem mais ativas, mais inquietas como é o caso do Fifes e dos Raça Espanholas por exemplo, haverá lógico na média dos exemplares de tais raças um número bem maior de exemplares mais fogosos e que consequentemente serão aves que cantarão mais, outro fator que colabora nesse ponto em prol do fifes, é que os mesmos são aves preocuces, que amadurecem sexualmente de forma muito mais rápida que outras raças, logo, a cantoria num criatório de fifes não se encerra nunca, pois mesmo nas epócas de cria, os machos mesmo acasalados continuam a cantar tamanho seu fogo, e logo depois se juntam a eles os filhotes machos que mesmo novos também já começam a disparar nas voadeiras.

Em resumo

Quer criar uma raça boa para disputar concursos com exemplares de qualidade, de fácil reprodução que na pior das hipóteses suas piores femeas podem ser usadas como maravilhosas amas e que os machos são os verdadeiros tenores na opera dos canários? Crie o Fife Fancy.